quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

LINGUAGEM DE DEUS

Francis Collins é médico. Trabalha em Genética. No seu livro "The Language of God" descreve como é pouco racional a oposição entre ciência e fé. "Os cientistas que fazem alarde do seu ateísmo dão-nos uma visão muito empobrecida da realidade"," alheiam-se das perguntas que os seres humanos fazem a si próprios, todos os dias". "A ciência é necessária para entendermos melhor o mundo e melhorarmos as condições de vida das pessoas, mas a ciência nada sabe das questões espirituais."
"A sociedade precisa tanto de religião como de ciência. A ciência investiga o mundo natural, mas Deus pertence a outra esfera, está fora do mundo da natureza. Usar as ferramentas da ciência para discutir religião é uma atitude pouco científica e errada."
Durante a entrevista Collins é confrontado com o facto de que em nome de Deus se têm cometido barbaridades ao longo da história. Mas Collins responde que o problema é que " a água transparente da fé religiosa circula em veias humanas defeituosas e oxidadas. Por isso fica turva. Isso não significa que os seus princípios estejam errados, embora haja pessoas que manipulam esses princípios de forma a justificar as suas acções. A religião é um veículo para a fé. A fé é imprescindível, por si mesma, para a humanidade".
Collins não é partidário da teoria do "desenho inteligente": segundo ele, os mecanismos complexos que observamos na natureza (como por exemplo o flagelo que permite o movimento a algumas bactérias) são o resultado de mecanismos que se foram formando lentamente, ao longo do tempo, mediante o processo de que Darwin teve um vislumbre, a evolução".
O que acontece, continua, é que a evolução não explica tudo. Por exemplo, não explica aquilo que resulta da liberdade humana, como o altruísmo. Podemos estudar muito bem as bases genéticas do comportamento humano, mas se ao caminhar junto ao rio vejo alguém em perigo e me atiro à água para o salvar , colocando-me a mim próprio em risco, de que gene me vem este impulso? "Nada na teoria da evolução pode explicar a noção de bem e de mal, aquilo a que chamamos moral, e que é exclusivo da espécie humana".

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